A valorização da inteligência emocional nas corporações já é uma realidade há alguns anos. No entanto, atualmente, os recrutadores estão reconhecendo cada vez mais a importância da espiritualidade como uma soft skill relevante. Ela é associada ao bem-estar, à empatia e à capacidade de lidar com adversidades no ambiente corporativo. David Braga, headhunter e CEO da Prime Talent Executive Search, destaca que essa tendência surge da necessidade de equilíbrio entre corpo, alma e espírito para o sucesso tanto na vida profissional quanto pessoal.

“É importante compreender que a espiritualidade não se limita à adoção de uma religião específica ou de dogmas religiosos. Considero que essa característica tem sido valorizada como um diferencial positivo para os candidatos que se identificam como espiritualistas. Entenda que não se trata de um critério de exclusão em processos seletivos, mas sim um atributo adicional, no mínimo, interessante. Atualmente, as empresas buscam indivíduos com alto nível de inteligência emocional, e essa qualidade está frequentemente associada à espiritualidade”, explica.

David Braga enfatiza que ao elevar o nível de consciência sobre o ambiente de trabalho, o profissional estabelece um diferencial competitivo no mercado. Isso lhe permite lidar de forma mais madura e segura com as diversas posturas e atitudes das pessoas. Ele destaca que a espiritualidade geralmente proporciona uma visão mais abrangente do ambiente, promovendo empatia genuína. “Se cada vez mais lidamos com diversidade dentro das empresas, ou seja, com colaboradores que apresentam valores, repertórios e personalidades diferentes, ter essa presença de espírito e atitudes mais altruístas são essenciais”, pontua. Braga complementa dizendo que empatia não seria necessariamente se colocar no lugar do outro, pois desta forma, seria você, com suas histórias, medos, receios, conquistas e inúmeros outros fatores na outra pessoa, que também possui suas particularidades. Ter empatia é sobretudo respeitar as diferenças de cada ser humano. E se falamos tanto em diversidade, não seria exatamente esta pluralidade que as empresas mais buscam?

Atualmente, é cada vez mais frequente encontrar relatos de grandes executivos que buscam aprimorar seu bem-estar interior. Eles exploram diversas opções, como participar de retiros em acampamentos, adotar a prática da meditação e até mesmo tirar períodos sabáticos para refletir sobre o verdadeiro propósito de suas funções. Essas experiências proporcionam maior clareza sobre sua atuação e estratégias para alcançar os resultados desejados pelas corporações em que estão inseridos. A busca pelo autoconhecimento têm sido uma prática presente em profissionais de sucesso.

Na perspectiva de Braga, encontrar equilíbrio é fundamental em todos os aspectos da vida, especialmente entre o “ter” e o “ser”. Ele ressalta que para construir uma carreira de sucesso, na qual o trabalho esteja alinhado com a missão pessoal, talentos e vocação, é crucial considerar o aspecto do “ser”. Isso implica desenvolver valores e pensamentos em sintonia com os da empresa. Curiosamente, a pessoa espiritualmente consciente tende a exibir uma maior maturidade emocional, o que facilita lidar com as adversidades diárias de forma mais tranquila e alcançar resultados positivos.

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